Serie fotográfica "Untitled Film Stills" - Cindy Sherman


Nascida em 1957 em Nova Jersey, Estados Unidos, Cindy Sherman é a mais nova de 5 filhos, com 9 anos de diferença para o irmão mais próximo. Ela estudou Artes Visuais na Buffalo State College, onde se graduou em 1976. Após a graduação, entre 1977-1980, produziu seu trabalho marco: “Untitled Film Stills” (tradução livre ‘Fotografias em Filme Sem Nome’). Em 1979 se muda para Nova York onde produziu parte das fotografias da série e onde posteriormente montou seu ateliê.

Esse trabalho conta com auto retratos em preto e branco que concentram-se nas consequências dos papéis estereotipados da sociedade para as mulheres. Apesar de serem auto retratos, não contam com o aspecto tradicional desse formato que consiste em representar a si mesmo, nesta série Cindy Sherman caracteriza-se com  perucas e acessórios com a intenção de fazer referência à divas do cinema dos anos 1950 e 60. Cindy Sherman usou a câmera analógica Hasselblad 500 C/M e um disparador estendido para fazer as fotos internas e com a ajuda de outras pessoas nas fotos externas.



Em entrevista ao ‘The Guardian’ em 2016, Sherman falou um pouco sobre seu costume de se produzir, que a acompanha desde sua infância:


It was like I was an old child, (...) because they had already existed for so many years before I came along. It was like: don’t leave me behind, you guys, remember I am still here! I thought: if you don’t like me like this maybe you will like me like that? With curly hair? Or like this?


Era como se eu fosse filha única, (...) porque eles já haviam existido por tanto tempo até o momento que cheguei. Era uma forma de dizer: não me deixem para trás, ei vocês, lembrem que eu ainda estou aqui! Eu pensei: se vocês não gostam de mim assim, talvez vocês gostem desse jeito? Com cabelo ondulado? Ou assim?” (Tradução livre).



Untitled Film Stills consegue captar esse impulso de Sherman e ao observarmos as fotos nos distanciamos de sua persona e nos aproximamos do nosso próprio repertório cinematográfico, imaginando narrativas que conhecemos e podem se encaixar nesses retratos estereotipados das divas.



                                                                                                                             Eu queria poder viver

                                                                                                                             todos os dias como no Halloween,

                                                                                                                             e me fantasiar e sair pelo mundo

                                                                                                                            como um personagem excêntrico.“

                                                                                                                            (Tradução livre)


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